segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Manhã fria
Manhã de outono
Manhã
I
Mordo-te como a um gomo, e estremeço
de claridade.
Que fresca luz nas mãos do fresco vento!
Que casto azul...Folhagens verdes molham
o sonho ingênuo que ainda agora desço
às cacimbas, às pétalas - vertigem,
euforia,
barro de amanhecer...Mordo-te, cálida,
mordo-te como a um gomo, e transfiguro
a própria vida na explosão do dia.
E é tudo céu e vento e eternidade,
E é tudo um mundo primigênio e puro
a estremecer também de claridade.
II
Flamêo,
não sei que facho em mãos paralisadas.
Manhã das almas,estridente.Um sopro
de claridade
que tudo varre num frescor de lúcida
inocência.
E esses passos do amor na terra cálida,
barro do amanhecer...
Alphonsus de Guimaraens Filho
Receita de olhar
Como nascem as manhãs
Despertar
A uma cerejeira em flor
Como nascem as manhãs
Olhas o amanhecer,
vives o amanhecer como o único instante
em que o céu é entreaberto segredo de um deus mudo.
Espera: algo vai se revelar e deves estar pronto
para mergulhar teu sonho num poço de luz casta.
O intocado te espera. E amanhece. E te iluminas
como se trincasses com os dentes a polpa do absoluto.
Alphonsus de Guimarães Filho
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